quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Tudo aquilo que ELA/ELE não queria falar.


Tudo aquilo que ELA não queria falar


“Eu te amo e você é o homem da minha vida. É com você que quero casar, ter filhos e envelhecer, mas no momento não posso ficar com você. Agora estou apaixonada por outro. Eu sei que isso não faz sentido algum, mas é o que sinto. Não faz sentido, é sentido, sabe assim?”

“Eu traí você por vingança. Porque eu lembro do quanto eu chorei quando você não quis visitar minha família no interior, do quanto eu queria ter dançado com você aquele dia, do quanto eu sou apaixonada por você, seu imbecil! Por todas as vezes que você me trocou pelo maldito computador, por cada uma das noites em que me senti sozinha… Não, você não sabe o que é ter um namorado e ainda assim se sentir sozinha. Traí porque eu lembro das várias vezes em que você não foi homem – foi um menino, um bebê ou apenas um babaca. Eu fiz com outro tudo aquilo que você não fez comigo. E não só sexo, mas andar no parque, ler poesia ou apenas rir junto. Quanto tempo você ficou sem me olhar com desejo, me diz?”

“Eu abandonei você antes que você pudesse me abandonar.”

“Eu finjo que não ligo, mas eu adoro quando você fala dos seus sonhos. Posso ser durona e independente, mas me derreto toda vez que você sorri para mim. Quando eu digo que não quero, é porque você pediu ou sugeriu em vez de pegar na minha mão e me levar. Sou muito mais flexível do que você pode imaginar, querido. O limite de nossas loucuras não está em mim, mas na sua própria mente. E às vezes eu quero carinho. Não sexo, não conversa, não massagem, não filme, não chocolate, só carinho. Tendo carinho, nada impede de eu querer sexo, conversa, massagem e chocolate no minuto seguinte…”

“Desculpe-me, mas você precisa aprender a meter. Você não me come direito. Abrir a porta do carro, ok. Pagar o jantar, ok. Ser carinhoso, divertido e cuidadoso, ok. Mas na cama eu não quero só carinho e cuidado. Eu quero ser puxada, jogada, levantada. Eu quero sentir sua força. Eu quero ser rendida, calada. Eu quero que você bata em mim. OK?”

“Você tem mau hálito. Pronto, falei!”


Tudo aquilo que ELE não queria falar


“Fiquei 2 anos namorando sua bunda. Incapaz de amor ou cuidado, eu mal ligava para suas histórias, não estava nem aí para sua vida. Seu corpo, entretanto, era uma delícia. Valeu a pena ter ouvido tanta besteira e aguentado tanta encheção de saco!”

“Eu quero você, mas me afasto por medo, preguiça ou confusão. Pra ser sincero, não sei bem o motivo. Se soubesse, não me afastaria! Nesses momentos, tudo o que eu menos quero é ver você se fechando e se distanciando também. Se eu estiver longe, não pense que é porque eu não desejo mais você. Se eu estiver emburrado, o pior que você pode fazer é se emburrar também. Venha sorridente, ignore minha densidade, me faça uma longa massagem, ative meu corpo. Minha seriedade é apatia do corpo. Minha confusão e falta de olhar desejante vem da anestesia. Não é que você esteja feia, sou eu que estou cego, morto, sonolento! Se quiser uma mudança instantânea, não me cobre, não reclame, não chore sozinha no banho. Isso só piora tudo e me deixa ainda mais impotente. Apenas seja viva, dance na minha frente. Confie em mim: eu não sou esse menino medroso. Acredite nisso e chame o homem em mim.”

“Desculpe-me, mas você precisa aprender a dar. Veja, quando eu falo em sexo irrestrito, eu quero dizer sexo irrestrito. Se eu fiz minha parte sendo homem a noite toda, agora é hora de você se soltar completamente. Não fazer isso, não gostar daquilo… Isso é falta de educação, eu diria.”

“Em nossos encontros, eu fiz tudo certo, não é verdade? Dom Juan do início ao fim. Porém, é o seguinte: a minha gentileza não era para você. Eu apenas queria provar para mim mesmo que eu era capaz de seduzir e envolver uma mulher do seu tipo. Testei algumas técnicas de conquista que descobri em livros, agi com você igual tinha agido na noite anterior com outra garota, fiquei feliz com minha perfomance, anotei meus erros. Não foi só você que eu levei àquele restaurante. Eu fui gentil, sim, mas com o meu querido ego.”

Gustavo Gitti