quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

AMOR: ferida que dói e não se sente

Camões que me perdoe, mas amor se sente sim. E como se sente… O amor é aquela coisinha que faz o mundo andar. Enganam-se quem diz que o dinheiro é quem move o mundo… É ele (o amor) que nos (des)motiva.

Quem nunca se sentiu nas nuvens por estar amando? Ou então, acordou com aquela sensação de que o mundo é perfeito do jeitinho que é. A pele fica mais coradinha, o sorriso está sempre no rosto, viramos um embaixador da paz e do amor. Gostaríamos de fazer um recorte naquele momento do tempo e ali permanecer.

Lindo tudo isso, não é?? Pena que nem sempre o amor é verdadeiro, recíproco. Quem já viveu (vive) um grande amor, com certeza já sofreu uma grande decepção amorosa.

E quem nunca sofreu? Aquela maldita dor que nos dilacera por dentro…

Os segundos são infinitos, tudo nos faz lembrar a dor. Não é fácil sobreviver a isso, pode demorar dias, meses, anos…

E para recuperar a confiança no outro? A auto confiança? A auto estima? Não é fácil…

Parece que todos os casais fofos do mundo resolvem sair e passar bem na tua frente quando te sente assim. Que vontade de esgoelá-los que dá!

Certa vez vi em um desenho animado, um gurizinho nesta situação e então ele puxa o casal e diz: “aproveitem, pelo amor de Deus, aproveitem porque nada é pra sempre vocês vão acabar separados!”, juro que me deu vontade de comer brigadeiro enrolada num cobertor sentada na cama…

Sei lá o que falar de amor… Amor não se explica se vive.

Quando eu era pequena, sempre sonhava conhecer alguém por acaso (bem aquelas coisas de filme) na adolescência e permanecer com esta pessoa pra sempre.

Na adolescência, tive fases:

- primeira: mesmo pensamento da infância;

- segunda fase: “Foda-se o mundo, o amor não existe! Já que não posso ter ninguém vou ficar com quantos puder!”

- terceira fase: conheci alguém por acaso (semelhante aos sonhos da infância) o qual acreditei ser pra sempre. Acreditei.

Hoje em dia, o amor pra mim é algo inatingível. Apenas promessas que fazemos e que acreditamos poder cumprir. Parece algo muito forte dizer isso não é? Mas é como diz a música da extinta banda Raimundos: “mulher de fases!”, na qual eu me encaixo. Mas eu adoro amar. Entrego-me de coração. Deve ser por isso que por mais curto que seja o tempo do relacionamento eu sinto uma dor muito forte no peito quando termina.

É estranho dizer que mesmo sozinhos adoramos estar amando (este amar, no sentindo de amar outra pessoa para se relacionar, não no sentido familiar).

Como assim amar estando sozinho? Tem pessoas que se amam demasiadamente e outras (nas quais eu me incluo), ta sempre vendo um filmezinho ou ouvindo uma música que nos inspire o amor…

Aquelas sessões de pipoca, cobertor, refrigerante, lenços e comédia romântica… tudo bem que eu mesma me já me disse: “Ah ta, tu acha que essa coisa melodramática vai acontecer contigo se tu continuar aí sentadinha te enchendo de brigadeiro na frente da TV?”

Mas…po… isso, se chama catarse: é quando você está, por exemplo, no teatro e ri, se emociona, fica irado, enfim sente todos seus sentimentos e ao sair dali,você sabe que não é contigo aqueles sofrimentos, alívio…

A vida continua. Vai dizer que não é melhor assim do que tu te magoar de verdade por longos períodos? Assim, fico tudo resumido no máximo em 3 horas.

E vem Camões me dizer que o amor é ferida que dós e não se sente? Poupe-me!

Josiane