sexta-feira, 11 de abril de 2014

Eu Mesmo.

Existe um em cada grupo.
Um estranho que nunca se encaixa.
Bem, este sou eu.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
escutou a vida inteira, que mulher gosta de cafajeste.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
quando fica com uma mulher,
volta pra casa sorrindo.
Não consegue dormir.
Deita na cama.
Fica rolando, rolando, e pensando:
“Não acredito que ela ficou comigo.”
No outro dia,
ligava pra ela.
Ela não atendia.
Muitas amigas dizem:
“Você não pode ligar no outro dia.
Tem que fazer ela sentir falta.”
Sabe…
não siga regras.
Não entre em jogos.
Não é a falta que faz alguém gostar de você.
É a presença.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
mostra interesse um dia,
e no outro também.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
não consegue ficar do outro lado,
sabendo que você esta aí, sozinha.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que
por várias noites na balada,
escutou da mulher que amava:
“Ique, seu amigo é muito gato. Me apresenta.”
Eu apresentava.
E os dois ficavam na minha frente.
Muitos amigos diziam:
“Você vai ficar sozinho”
Não.
Sozinho, é ficar com alguém,
que não quer ficar com você.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que
escutou milhares de vezes:
“Você é um cara muito legal. Mas somos apenas amigos”
Um cara legal e apaixonado.
Bom, o que eu posso fazer?
Isso não dá para evitar.
Esse sou eu, apesar de tudo.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que
namorou a garota,
que só faria sexo depois de casada.
Muitos amigos disseram:
“Você é LOUCO!”
Você chama de loucura,
o que eu chamo de respeito.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
deixa de sair sexta a noite,
para ficar no facebook, até as 4:00 da manhã,
conversando com a mulher que era afim.
E Aline,
como foram ótimas aquelas noites.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
namorou a distância,
e quando ela ia embora,
não lavava os lençóis.
Porque queria acordar, sentir o cheiro,
e pensar que ela ainda estava lá.
E Mari,
acho que você nunca soube disso né?
Talvez um dia, o coração perceba isso.
Se um cara gosta de você,
ele se importa.
Ele vai encontra-lá,
no meio do caminho.
E vai ligar,
e esperar por você.
Só você.
E quando você atender:
“Alô.”
Ele irá responder:
“Amor.”

Ique C

terça-feira, 8 de abril de 2014

Fragmentos De Um Amor Que Era Doce E Se Acabou

Já decidi: não dá mais para nós.

Nossos nós estão frouxos demais, e nossos pés andam cada vez mais distantes e errantes, como se andássemos juntos para trás. Sua pele já não busca mais a minha nem quando a cama esfria e, nas vezes em que, sem querer, toca-me por debaixo do edredom, logo pede desculpa pelo esbarrão, como se só atritasse em mim despida de intenção. Como se raspasse em mim sempre movida por mera desatenção.
Sei que dá medo de recomeçar. E que abrir mão de você fará com que eu precise me reinventar. Sei que planejamos que iríamos juntos para Itália, para Austrália e até para Marte, mas, meu amor, saiba que precisarei ficar aqui, sem você, mesmo que ainda queira ir para outra parte. Preciso sentir a sua ausência.
Talvez, para não relembrar os nossos melhores porres e o cenário das nossas piores ressacas, eu tenha até que mudar de bar – afinal, aquele boteco amarelo de esquina já foi quase o nosso doce lar. Além do mais, se eu sentar sem você naquela mesa bamba, o garçom, nosso velho amigo, certamente, por ingenuidade e não por indelicadeza, vai perguntar por você. E a minha resposta será nada mais do que o silêncio. Cisco no olho, aperto no coração, nó na garganta.
Provavelmente, mudarei também o caminho que faço para chegar ao trabalho, só para não passar na frente daquela sorveteria de que você tanto gosta. Só para não me lembrar das vezes em que não a avisei e a deixei, por pura diversão, com a pontinha do nariz suja de sorvete de pistache. Aquele nariz que se franze em incontáveis ruguinhas toda vez que você sorri com a alma, com tanta convicção que só a boca não dá conta. E por mais que o motivo do seu sorriso não seja eu, que você continue sorrindo. Com a alma.
E comemorando, meu amor. Eu, certamente, não estarei presente na comemoração do próximo Natal e nem no brinde que marcará a chegada do Ano Novo, porque não quero mentir para minha família e, com voz fraca, dizer: “Ela não veio porque está doente”. E muito menos quero contar-lhes a verdade, para ter que suportar mil caras de velório me olhando com ares de piedade. Mas ainda assim, desejo que você tenha motivos de sobra para comemorar. E que se escapar aquela lágrima de canto de olho no segundo da virada, você a seque com convicção. E que só se deixe molhar por um banho de champanhe.
Quando você sair e finalmente apagar a luz, apagarei também tudo que existe dentro do meu Ipod. Trocarei nosso infinito estoque de rock por qualquer coisa que não me toque. Por qualquer coisa que nós nunca tenhamos tocado em algum tempo-espaço do passado. Pode até ser pagode, se quer saber. Chegou a hora de mudar o disco e perder a mania de discar, quase que como ato falho, seu número no meu celular. Preciso riscar você da minha agenda e apagar os seus riscos da minha pele. As camisetas que você me deu de presente? Que façam algum necessitado feliz. Não suportaria usá-las sem você para tirá-las com aquele ar de desespero. Mudarei o tempero, porque até o ketchup me lembra você. Talvez seja a hora de usar a mostarda e de exagerar na pimenta, só para disfarçar a amargura que restará no meu paladar quando você já não estiver aqui.
Para não me lembrar de você e das muitas noites que varamos tagarelando, mudarei do vinho para água. Porque vinho me remete às nossas noites dançantes. À vergonha que você sempre perdia após a segunda taça. À sua mania de girar o copo em movimentos circulares “só para analisar o teor alcoólico”. À mancha que você deixou no meu tapete. E no meu coração. Por isso, garçom, desce aquela água. Para um.

Ricardo Coiro.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Namore Uma Mulher Que Sorria


Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar que são nas coisas mais simples da vida que estão os momentos mais importantes. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar a não pensar demais, a jogar fora o guarda-chuva, a acabar com a timidez, a conversar mais do que permitido, a tomar banho no rio.
Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar a rir de todas as coisas esquistas da vida e, principalmente, a não ligar para o que os outros pensam. Namore uma mulher que sorria, mesmo sem fazer nenhum som, de uma forma totalmente louca. Você vai ter vontade de abraçá-la. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar que ser sério não tá com nada – a seriedade é duvidosa, a alegria é interrogativa.
Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar que paixão e satisfação caminham de mãos dadas. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar a ser imprudente, porque, se andar sempre em linha reta, não terá historias para contar. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar a chorar nos filmes bobos e a dormir nos filmes chatos. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar que ninguém deve julgar seus defeitos.
Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar, por mais que você esteja sofrendo, que um sorriso sempre alivia um pouco. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar que, às vezes, é preciso chorar, porque se você procurar felicidade eterna, não encontrará. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar que amor não precisa de papel assinado. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar a não arrumar a casa na segunda-feira, a não sofrer com o fim do domingo.
Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar que, às vezes, começar de novo é exatamente o que uma pessoa precisa. Namore uma mulher que sorria. Ela vai te ensinar que as mulheres não são frágeis. Elas só querem alguém para sorrir junto.

Ique Carvalho