segunda-feira, 2 de julho de 2018

UM AMOR BOM NÃO PRECISA FAZER ESTRONDO

Ele não chegou num cavalo branco nem apareceu na porta do meu prédio por engano. Também não teve aquele glamour das apresentações regadas a vinho na casa de amigos ou coisa do tipo. Nada disso. A gente se conheceu num aplicativo de paquera e marcou de comer uma pizza. Metade catupiry, metade pepperone. Depois eu senti vontade de vê-lo mais uma vez porque ele era engraçado.

Foi no meio da praça de alimentação num shopping. Eu olhei pra ele e ele não tinha nada de especial. Tava com uma camiseta cinza, um jeans surrado, mochila nas costas e um sorvete escorrendo pelas mãos. A gente tava fazendo hora para ir ao cinema ver um filme. Daí que eu olhei e pensei comigo: te acho bonito pra caramba, sabia?

E achava mesmo.

Mas cadê, gente? Não teve sirene, não deu azia, eu não pirei loucamente ligando pros meus melhores amigos para contar de tudo. Não teve terremoto nem montanha russa.

Foi assim, devagarinho, parecia paz, sabe? Até cheguei a duvidar que fosse, mas no fim das contas era mesmo. Era amor. Um amor bom feito filme. Coisa gostosa de desfrutar sem todos aqueles medos e sentimentos à flor da pele.

Aprendi a gostar de molhos agridoces. Era um amor bom que fazia cócegas em vez de dar dor no peito. Um desses amores que provam pra gente que tem muito filme que a gente ainda não viu nessa vida.

Daniel B.