terça-feira, 10 de julho de 2018

TODOS IGUAIS ?


Imagine se os homens - todos eles - realmente fizessem jus a todos os rótulos que lhe são colocados: "Todos os homens mentem"; "Todos os homens traem"; "Homens não entendem nada de moda"; "Homens não vão reparar no seu cabelo"; Porque, no fim das contas, os homens são todos iguais.

E se fossem, todos eles, um exército de mentirosos e insensíveis, que não sabem a diferença entre fúcsia e lilás (bem, eu também não sabia), que ficam mais amorosos quando nós os desprezamos, que vêem futebol aos domingos e preferem os filmes de guerra. Imagine só que tédio eles seriam.

Toda classificação pessoal a partir do gênero é perigosa porque limita as infinitas possibilidades da personalidade humana. Somos ímpares, independente do que tenhamos no meio das pernas.

Se os homens são todos iguais, basta que eu conheça um e saberei lidar com todos. Mas, bem, receio que não seja tão fácil assim. Pessoas não vêm com manuais de instrução.

Então, felizmente, os homens não são todos iguais. Nem mesmo nos defeitos. Pode haver, portanto, um homem mais sensível do que eu. Pode haver homens que traem, e os que não traem, que querem se casar e os que querem viver na promiscuidade eterna, os que querem morrer de amores e os que só ensaiam sua próxima cafajestice, e, entre todos esses extremos, outros milhões de meio-termos.

E são esses meio-termos que nos intrigam, porque nós não podemos enquadrá-los em nossas certezas. Pois é, conhecer o outro dá trabalho. Não é tão simples quanto decorar "delta é igual a b ao quadrado menos quatro a.c."

Pessoas não são fórmulas matemáticas. Todos nós somos isso: complexos e infinitos mosaicos de particularidades