quarta-feira, 18 de julho de 2018

A felicidade não é ‘ter’, é ‘ser’


Depois dos trinta. Não sei o que aconteceu, mas de uma hora pra outra me vi cético, franco e talvez bastante impaciente com algum ensaio e menos rodeios.
Desisti de tentar adivinhar o que eu já sei e chamar de calma o que é só autocontrole. Perdi a paciência de esperar sentado a minha vez como se todo envolvimento já viesse com um alerta de mantenha distância. 

Vivemos numa época de muito personagem e pouca história pra contar. Estamos indisponíveis. Quem está na pista provavelmente só quer dançar, enquanto a gente samba miudinho pra não se fechar de vez. Que fique claro: não é falta de opção. Falta qualidade na interação, falta espaço na vida do outro e disposição da nossa parte em tratar o coração como um músculo.

Cansa desperdiçar os fins de semana com um visor de telefone. Cansa, ainda mais que tudo isso, constatar que ultimamente as coisas nem começam. Ficamos aqui, brincando no raso, enganando a nós mesmos com esse menu degustação que sempre nos deixa com fome.

É essa falta que me pesa. Deve ter se acumulado no meu olho, deve sobrecarregar o meu silêncio essa lista de esperanças rasuradas. Quando me vejo no espelho, sinto que já fui mais leve. Estou cansado de me arrumar para abrir a porta e descobrir que é engano.

Por mais que pareça estranho, muitos não se permitem.

Permita-se conhecer novas pessoas, aquelas que você tem um pré-conceito formado, aquelas que você nunca se imaginou conversando, ou aquelas que são diferentes de você.
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Adaptação do texto de  Sarah W.