domingo, 1 de julho de 2018

O silêncio é uma confissão


As vezes o silêncio é de uma covardia óbvia, mas às vezes é pura coragem: calar, quando realmente se quer gritar, na esperança de se poupar. 

silêncio é um mar sem ondas - um telefone mudo.

Melhor não dizer nada quando não se pode saber exatamente até onde se vai, porque palavras são facas afiadas, tapas no ar, esperando para serem disparados.

Calar para não ferir é nobre, mas raro.

Os silêncios mais barulhentos que conheci - e fiz - foram silêncios de medo. Medo da resposta. Pior: medo da falta de resposta. Às vezes, acredite, somos tão mesquinhos que faz-se silêncio por medo do silêncio. Por medo de arruinar todas as possibilidades com um barulho ensurdecedor ou simplesmente por vontade de guardar o grito pra outra hora, uma hora qualquer em que se esteja mais disposto. 
Gritar dá trabalho.

O silêncio é necessário para muitas coisas, mas sobretudo quando não se pode lidar com o barulho.

De qualquer modo, o silêncio é, quase sempre, uma forma de comunicar - tão ou mais eloquente que o próprio discurso.

Vamos ouvir o silêncio!