quarta-feira, 6 de abril de 2011

Machismo.


É engraçado como a sociedade ainda vive enraizada nos preceitos machistas. Como muitos homens ainda têm a infame idéia de preferir julgar as pessoas erroneamente a realmente encarar a realidade e ver as coisas como são.

Ao invés de aceitarem as coisas, entenderem os motivos, demonstram ser fracos e assim, analisam as pessoas de acordo com os próprios erros e pontos fracos.

Esse tipo de situação pode ser visto claramente quando tipo de pessoa define uma mulher. Para ele, só há dois tipos de mulheres:

  • a safada, que é aquela que jamais ficará com ele
  • e a certinha, que por algum motivo aleatório eventualmente fica com ele.

E assim ele passa a definir toda a sua vida. Por muitas vezes, isso tudo será decorrente de suas próprias falhas e medos. Medo de não agir, de não tentar, inovar e ir além. Falha de não buscar resultados e somente buscar justificativas.

Ao chegar numa balada, por exemplo, e tentar ficar com uma mulher, caso não consiga e outro sim, a chamará de vadia, safada, piranha… dirá que ficou com o outro por dinheiro, ganância, se aproveitando da situação do cara. Claro, muito mais fácil de assumir: porra, o cara foi lá, foi melhor do que eu (de acordo com os critérios subjetivos daquela mulher especificamente) e conseguiu.

A inveja, o sentimento inferior, é maior ainda quando ele sabe que a mesma mulher saiu dali direto para um motel ou casa do cara. Aqui o tabu é ainda maior, predomina de forma intensa. Não é possível entender que houve química, desejo, tesão, vontade de sair dali e curtir ainda mais com o homem que ela estava. Só porque transou na primeira noite não é mulher decente. Afinal, só o ser masculino pode fazer isso. Certo?

Somente o homem tem o direito de sair de casa, conhecer uma mulher e transar na mesma noite. Caso a mulher demonstre suas vontades e tenha mentalidade suficiente para levar isso adiante ela é taxada de muitos nomes nada educados. Aqui o pensamento machista e retrógrado impera. É nesse momento que o homem estufa o peito e passa a maquinar sobre o que deve chamar esse “tipo” de mulher.

Atrasado com sua atitude, ele vai vivendo num mundo próprio, criando cada vez mais regras, limites e tabus. Se prendendo a uma forma de viver, que para muitos é errada, estranha e passa do costumes de hoje.

Talvez seu avô bata palmas, seu tataravô agradeça e Noé demonstre tamanha alegria pelo feito desse prodígio da era machista.

O fato é que pensar dessa forma não o levará a lugar algum. Continuará vivendo fechado, retrucando e julgando de forma equivocada. É preciso crescer, amadurecer. Viver mais, se preocupar menos, analisar e decretar idéias menos ainda.

Pablo F