domingo, 30 de setembro de 2018

Os Peitos Superam o Cérebro !


Segunda-feira à noite, nada de muito interessante para fazer, e o story no instagram avisa que a Carolzinha adicionou duas novas fotos com o referido dizer “A força da sua inveja é a velocidade do meu sucesso”. Você, que não é bobo nem nada, se deixa seduzir pelos peitos tamanho 46 da Carolzinha naquela foto nova em que ela aparece de biquíni tomando sol e uma Budweiser em uma praia paradisíaca do litoral nordestino e começa a vasculhar todos os álbuns da garota. Biquinho, boca de pato, dedos em V, maquiagem carregada, salto quinze para a balada. A mão de unhas compridas e vermelhas sempre segurando um copo de bebida, o corpo sempre levemente inclinado para a direita, os longos e lisos cabelos sempre jogados despojadamente sobre os ombros. 
Ela é linda, não há como negar – até EU ia na Carolzinha. Aí você começa a procurar um pouco mais de conteúdo. No mural, ela só compartilha filosofias prontas do tipo “se uma pessoa realmente gosta de você, ela corre atrás” ou “recordar é fácil para quem tem memória, dificil é esquecer”. Ainda esperançoso, você vai ao perfil dela e tenta achar algo de bacana nas opções “seguindo e hashtags”. Negativo: ela só curte coisas como “Cala a boca e me beija”, “Clube da Luluzinha” e “Amar não é só dizer EU TE AMO”. 
Nada feito. Apesar de linda, gostosa, Carolzinha precisa de muito arroz com feijão, farinha e pimenta malagueta para ser mulher de verdade. Longe de mim julgá-la – está para nascer ser humano mais sem moral do que este que vos escreve. Mas eu, se fosse homem, acho que não conseguiria manter uma ereção minimamente satisfatória com uma menina como a Carolzinha. E o mundo está cheio de Caroizinhas. Elas estão por todas as partes e se reproduzem como Gremlins pulverizados com água sempre que Michel Teló canta “Ai, se eu te pego” ou a cada vez que a nova temporada de Malhação lança atrizes pouquíssimo talentosas, mas de olhos azuis, seios fartos, cintura fina, lábios carnudos e cabelos platinados. Carolzinha – coitada – nada mais é do que uma vítima da sociedade contemporânea, que prega que ter peitos é mais bacana do que ter cérebro, que usar a roupa da moda é mais importante do que pagar as próprias contas, que arrumar um marido rico é mais garantia de futuro do que ler um livro.