segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Onde Estão as Mulheres de Marte?


Não é que o mundo mereça mais bombas-relógio e destruição iminente por aí. É só que Marte podia dar uma passada por aqui, e trazer algumas de suas habitantes de sangue vermelho-paixão para habitar o nosso planeta. A gente já tem algumas estrategistas que não vão ligar no dia seguinte, e algumas líderes do símbolo feminino que conseguem ser sensuais até de calcinha bege. Mas parece que dizimaram aquela espécie de mulher que assumia a linha de frente de combate e entrava no jogo do amor com ou sem escudo pra brigar de vez. Foram os corações quebrados nas guerras ou isso é tudo uma grande estratégia sentimental regida por Vênus?

A gente precisa de mais descontrole emocional e mais raiva. Mais nervos à flor da pele e mais pulsação. As Mulheres de Marte são isso: o coração da guerra. Elas dispensam o banco de reserva e essas barreiras sentimentais e o choro de madrugada e descontam a frustração num saco de areia ou num telefone quebrado na parede. Mas se arriscam. E se deixam levar pela pulsação, pelo peito acelerado, pelo vamos em frente e não pelo será que.

Essas mulheres são o novo sexo forte. No amor. Ou em qualquer outro lugar que você consiga enxergar por dentro delas. Elas rangem os dentes e mordem. Seja nas costas de um homem enquanto protagonizam seus gritos de guerra e gozo, seja na vida enquanto defendem seus interesses sentimentais. E ai de quem declarar que elas não são sensíveis por pertencerem a outro planeta que não é o habitual feminino. Elas transpiram gana. De risco. De cisma. De desabar só quando alguma lança atravessar o peito delas. De cair no chão e levantar. De sair dos seus fortes indomáveis e proclamar o que querem. Com ou sem espada. Mas com coragem. Elas querem mesmo é atravessar a gente e, no fundo, desejam ser atravessadas verdadeiramente.

Marte é ligado a qualquer processo de furar, cortar, penetrar e rasgar. E é disso que a gente precisa. De mulheres que cortem as nossas gargantas quando a gente se sentir preso naquela defesa masculina idiota de não conseguir dizer que ama. De penetrar fundo e, se for pra vir pras nossas vidas, que seja sem sentimentalismo e com mais ação. Mais destruição em massa. Mais revolução. De rasgar os modos e se entregar num estacionamento, ou por debaixo da mesa de jantar, ou num banheiro de balada, ou numa cama qualquer que seja. Mas que use a libido para acender o pavio-curto de Marte e explodir de vez. Sem se segurar. Sem destrinchar os sentimentos e usar da sensibilidade como desculpa.

As terráqueas já reclamaram sobre os homens daqui e pediram por mais Homens de Vênus. E agora a gente pede para que as Mulheres entendam que Marte tem também seu lado bom. Visitem mais o planeta quando puderem. Porque Marte é impulso e ação. E nós queremos mulheres que vejam o amor assim. Mulheres que se construam de uma forma doce ou agressiva, mas que se deixem levar pela adrenalina. Que se pareçam com aquele planeta vermelho e pequeno, mas nos dominem e nos mostrem que a vida é mais do que as projeções bacanas de pessoas ideais e pacíficas. Ah, e que me desculpem as habitantes de Vênus, mas no amor a gente precisa mesmo é de uma dose imensa de coragem e descontrole. Que daí a gente não se destrói à toa.

Daniel O