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E o mesmo tem acontecido com a misantropia. Assim como muitos a encaram como doença, outros tantos a levam como estilo de vida. Ainda segundo Lane, no século 19 os misantropos eram pessoas valorizadas por serem críticas. A própria FOLHA ao indagá-lo sobre misantropia não se refere a ela como uma doença.
O que ocorre é que querer ficar “na sua” passou a ser um comportamento tão incomum que qualquer pessoa que por algum momento queira se isolar, passa a ser classificada ou a se auto-classificar misantropa. E como muitos comportamentos antes banais tornaram-se síndromes e transtornos, a misantropia anda pelo mesmo caminho. Em contrapartida, nessa internet há muita glamourização em se denominar misantropo. Talvez seja resquício do século 19. Ou seja, ao mesmo tempo que é vista como doença, é vista como característica essencial na personalidade de alguém. Com isso, pode-se afirmar que misantropia não é doença e também não é estilo de vida (apesar de muitos enxergarem dessa forma) De forma concisa, misantropia é vista por muitos como estilo de vida por sua popularização e glamourização, mas misantropia nada mais é que uma forma covarde de enfrentar a vida e um meio de se reconhecer como melhor, superior.