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"Tem que ser agora. Tem que ser rápido. Tem que ser delicioso"
Quando éramos mais novos, com os hormônios descontrolados e por falta de opção ou grana, acabávamos satisfazendo nossos desejos em qualquer oportunidade que surgia. Masturbação por baixo da mesa, uma mamada gostosa numa sessão de cinema à tarde, uma trepada no carro, num estacionamento deserto, ou nem tão deserto assim. Tínhamos sempre a sensação de que a oportunidade não podia ser perdida, ainda que o tempo estivesse à nosso favor. Jovens não esperam, tentam sempre extrair o máximo de cada momento.
Mas aí a gente cresce, as condições adversas vão desaparecendo e acabamos aprendendo a esperar. Esperar que a casa fique vazia, que o salário chegue pra irmos ao motel e a urgência vai ficando pra trás, dando lugar a um desejo mais contido, aprisionado.
Mas por que perder aquela delícia do sexo juvenil, urgente, desesperado e até desastrado, como se não houvesse outro momento para ser aproveitado? Como se não importasse quem pode ver, ouvir os gemidos ou os móveis trepidando.
A experiência de vida nos faz mais prudentes. Aprendemos a esperar e, muitas vezes, perdemos essa naturalidade que dá lugar a um sexo mais pleno, mais planejado, que também é uma delícia. Mas realizar essas fantasias joviais nos tiram de qualquer engessamento que a maturidade pode nos trazer.
E nem sempre o sexo na juventude era só maravilhas. Saber dosar a entrega com a experiência é a chave para se aproveitar mais e mais das delícias disponíveis e que acabamos deixando passar.
Leitora A