sábado, 1 de outubro de 2011

O mundo é de fato uma putaria generalizada?


Um discurso muito propagado pelo senso–comum é que o mundo virou um filme pornô, uma Sodoma e Gomorra, uma putaria.

Mas a verdade é outra, a verdade se fala e se explora muito mais o sexo, do que se pratica.

Segundo relatório da revista Forbes a indústria pornô gera um lucro anual de 53 bilhões de dólares. Comentário interessante da revista: "as pessoas gastam mais dinheiro vendo outras pessoas transando do que elas próprias tentando transar".

Ou seja, fala-se mais sobre sexo e consomem-se mais produtos relacionados a sexo do que se pratica. Somos bombardeados com sexo dia e noite, via televisão, rádio, internet e conversas alheias.

Não vivemos em uma sociedade muito sexual, olhando a palavra sexo com um contexto mais ampliado do que o mero ato sexual, conclui-se que vivemos apenas em uma sociedade erótica, erotizada via mídia.

A pergunta a ser feita aqui é: porque querem tanto que acreditemos que a vida é um filme pornô e que todo mundo está transando adoidado?Quem ganha com isso?

O que aconteceu foi o seguinte: a indústria e a mídia um dia se deram conta que podiam ganhar muito dinheiro explorando sexo.

Mas a indústria e a mídia perceberam que não basta apenas vender sexo para as pessoas. Para fazer as pessoas de fato consumirem sexualidade como mercadoria era preciso convencê-las de que o “normal” era transar muito, e que nada pode te trazer mais felicidade do que transar muito e que é isso que pessoas bem-sucedidas fazem. O segredo está no apelo ideológico.

E então incutiu-se na cabeça das pessoas, via senso-comum, que transar muito é fácil: basta você comprar as roupas certas, o carro certo, o perfume certo, ir às baladas certas, etc. E se mesmo assim, depois de ter torrado toda sua grana comprando todas essas coisas – por coincidência fabricadas pela mesma indústria que disse que transar muito é fácil – você ainda assim não conseguiu trepar então o problema é você. Você não se encaixa, você é um “anormal”. E então todo mundo, com medo de parecer “anormal” perante os outros, concorda quando dizem que o mundo é um puteiro e que arranjar sexo é a coisa mais fácil.

Mas os “anormais” não precisam se preocupar, a indústria e a mídia não se esqueceram deles. Para os “anormais” há toda uma série de produtos eróticos (filmes pornôs, revistas, etc.) para eles aliviarem suas frustrações e fomentar o falso senso-comum de que o mundo é uma putaria e que todo mundo está transando adoidado, menos os “anormais”.

O detalhe é que esse “anormal”, perante os outros, finge que é “normal” e que transa muito para os outros “normais”. O que o “anormal” não sabe é que aqueles que ele julga “normais” também são “anormais” e estão fingindo. O que o “anormal” não percebe é que ele não é um “anormal”, que ele foi enganado quando disseram para ele que o mundo é uma putaria.

Por Jack Deth.