Acredito, humildemente, que felicidade é algo que se busca todos os
dias. Temos uma mania nociva que tende a nos levar pra baixo em muitos
momentos da vida. Vemos sempre mais razões para reclamar das coisas, do
que para celebrá-las. É aquela história de ver o copo meio vazio ou meio
cheio. Como quando acordamos atrasados para ir trabalhar e, ao chegar
na garagem, a bateria do carro acabou. Como seres mimados que somos,
reclamamos que a vida é injusta, que isso tem que acontecer justamente
com a gente, bem no dia que estávamos atrasados. Estupidamente,
reclamamos da vida quando deveríamos dizer – “Acabou a bateria, mas UFA, que bom que eu tenho pernas pra andar até o metro e dinheiro para pagar minha passagem.” A ingratidão reina.
E são exemplos assim que me fazem pensar na metáfora da bifurcação,
quando pensamos em felicidade – o tempo todo, somos sujeitados a
situações nas quais nos vemos em frente a uma bifurcação. Como no caso
do carro sem bateria – assim que você constata o problema, você fica de
frente para duas estradas – a do lado negro (e mais tentadora) que é
reclamar, mal-dizer, ficar de mau-humor. E a do lado da luz – pensar que
sempre poderia se pior e agradecer por todos os outros presentes que a
vida te dá.
Mas o ciclo também pode ser do bem, quando você escolhe o caminho da luz
em frente as dificuldades da vida. O carro ficou sem bateria – tudo
bem, o que não tem remédio, remediado está. Você vai para o trabalho de
ônibus apertado, mas em vez de reclamar, dá graças a Deus por não ter
que depender do transporte público todos os dias. E aí do próprio
ônibus, você liga para o seguro, que guinchará seu carro até a próxima
mecânica. Pronto. Com um pouco de reflexão, você mais uma vez escolheu
estar feliz. A dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Sua energia
boa contaminará outras pessoas e, mais uma vez, inicia-se o ciclo –
dessa vez, na luz.