sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Tudo o que desejar mudar em si é um obstáculo para a felicidade


A busca do homem no mundo, no fim das contas, é por felicidade. Exemplo bobo e simplista, mas eficaz:

Trabalhamos para ter dinheiro; queremos dinheiro para comprar coisas; queremos coisas porque cremos que isso nos deixará satisfeitos; queremos nos sentir satisfeitos porque acreditamos que a satisfação (neste caso, a satisfação material) é o caminho da felicidade.

Parece que não, mas resoluções de fim de ano – parar de fumar, se exercitar, trabalhar menos etc. – apontam para insatisfações pessoais. No momento em que eu prometo que vou parar de beber, assino um atestado de que aquela condição em que me encontro não mais me satisfaz.

Prometer coisas para o ano vindouro exterioriza exatamente o que nos consome no âmago. Assim, queremos dar um fim às nossas frustrações pessoais. E fincamos um marco, uma data: o primeiro dia do próximo ano. O simbolismo disso é simples: se o ano é novo, por que não a vida possa se renovar junto a ele? A questão é que o fim do ano é apenas uma convenção. Todos os dias morremos e renascemos. Podemos parar de fumar no 1º de janeiro ou na próxima hora.

Por que esperamos pelo fim do ano para mudar o que nos torna infelizes? Porque talvez sejamos muito ligados às nossas vicissitudes. Gostamos de nos entupir de gordura, de dormir meia hora a mais, de sentir o sangue ferver de ódio. E se prometemos fazer o contrário, algo se perde no nosso interior. E sim, gostamos de nossos vícios, apesar da nossa negação.

Muitos acham engraçadinho dizer que “a única promessa de fim de ano que eu faço é não fazer promessas”. Isso é triste, na verdade. Prometer é um exercício importante, tão relevante quanto o ato de cumprir tais promessas. Prometer é o primeiro passo para a tal busca da felicidade. A questão, assim, não é “fazer promessa”, que é algo saudável; mas sim o tempo, o período que escolhemos para isso.

Meu conselho: faça resoluções. Hoje, amanhã e depois. E cumpra cada uma delas.

E vocês? O que pensam em mudar em si mesmos amanhã

Rodolfo V