terça-feira, 22 de março de 2016

Eis o asco.


Era pra ser o suprassumo animal, o recorte sempre perfeito de uma vida cheia de maldizeres. Mas não é assim não.Depois que a poeira abaixa, logo em seguida da brasa esfriar, nem sempre a coisa anda. Não é dessa maneira que a gente queria, mas se a vida assopra, é porque ela logo vai bater de novo. De quando em quando, a gente se pega na situação inerente do asco pós-coito, aquela mazela que surge depois que o sangue começa a fluir novamente por todo o corpo e não só nas genitálias, uma coisa ruim de se perceber em algum lugar que não se queria estar com uma pessoa que não era exatamente quem você passaria uma madrugada toda batendo um papo.Nem estou dizendo que a escolha foi erro nosso, que, já que optamos -- em alguns momentos -- o sexo pelo sexo, nada mais justo que ter que aturar o que vem depois. Não posso dizer, claro, por todo mundo, mas creio que foram pouquíssimas as vezes em que eu fui para o tão desejado sexo com alguma garota que eu não tinha um mínimo de sentimentalidades de carinho, curiosidade e amizade.Só que o sexo abre muitas portas, mostra muitas caras, evidencia muito de você e da outra pessoaDaí, quando ainda nem percebemos, o toque da pele se transforma em algo incômodo, a voz adentra aos ouvidos de forma mais áspera, as luzes do quarto ficam menos convidativas, a cama parece ter criado pregos. 

Jader P