domingo, 15 de dezembro de 2013

Ilusão

Não trato como prioridade quem me trata como opção ..pessoas especiais tem atitudes especiais

Era para ser de um jeito...
O tempo não nos deixou opção
Agora é tarde..., todo tempo que devia ser aproveitado, foi no entanto desperdiçado...
E meu amor? Ele por você também foi desperdiçado...
É uma pena... eu ia te amar pelo resto da minha vida.
A vida é ingrata. Comigo sempre é ingrata.
O que faço com o amor que há em mim?
Torno-me então um ingrato com a vida...., estamos quites!
Nada mais votará a ser como era antes.
Não vou chorar mais, mesmo que o choro queira sair, ele não vai sair.
Eu tive que ser forte a vida toda.
Serei forte até o fim. Esse é meu fim.
E o amor? Ele não existe..., é apenas uma ilusão que a vida planta na gente.
Não há amor sem razão, não há razão sem amor.
Ele é ilusão!
Uma linda ilusão...
Quem não quer ser feliz? Ele não faz isso com ninguém.
Fugi com a minha razão e fomos para longe da loucura de amar
Ou se é feliz ou não! Não existe amor.
Não existe paz, sem amor, não existe razão sem amor
Não existe amor sem razão
Não existe nada, tudo é ilusão!
Forma em mim uma grande confusão...
Não quero amar mais não....
Tudo é ilusão
Eu não existo então!
Eu não existo não...

Michelle M

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Morena.



Olha só, morena. Quanto tempo faz que a gente não se vê? Você pode não lembrar, mas você nunca deixou de ser você. Aquela menininha com o chiclete de maçã que um dia me disse “eu ainda caso contigo, guri”. Tão tonto e tão moleque, eu não entendia de flores, amores, futuro, vida adulta, responsabilidades e blá, blá, blá. Vai ver era isso que fazia a gente dar certo na hora do recreio. E o sinal batia, mamãe chegava, você me dava um beijo na bochecha e o seu vestidinho florido desaparecia na esquina do fim da rua.
Olha só, morena. Hoje eu abri o jornal e parece que a chuva vai apertar amanhã. Tá levando guarda-chuva? Engraçado que quando eu ouvi “guarda-chuva” pela primeira vez, eu pensei numa caixa. Um guarda-água pra gente usar quando quisesse viver um amor líquido de cinema. Morena, essa gente do jornal é tão sem esperança. Transformaram as tragédias em rotina. É que as alegrias de bolso não dão manchetes. Elas são bobagem perto do caos. Daí eu viro a página e vejo o seu rosto sorrindo pra mim. Será que eles acreditam que a gente ainda pode salvar esse mundo?
Olha só, morena. Você não mudou nadinha. Hoje em dia eu só te vejo na TV. Você brinca de vilã, doce, sonsa e mocinha e mal sabe que, no fundo, me faz bem. Você diz que não entende o que eles vêem em você. Mas é que a capa e a fantasia te caem bem. Super-heroína, sabe? Aquela mesma que largou meu Saturno para tentar salvar o seu. Você me liga às vezes pra contar daqueles dias. Espero que não faça frio aí. Leva um casaco e ma maçã e me manda um e-mail. Se isso não bastar, eu corro aí. Mesmo que eu não me destaque na sua multidão de seguidores e seguranças, eu corro.
Olha só, morena. O relógio anda voando. Eu peguei meu violão e musiquei a gente. E o tempo fez ciranda de nós enquanto eu fazia esse som. Talvez você acorde meio tarde demais desses seus novos planos e se lembre do início antes do fim. No próximo fim de semana eu espero mais um pouco para te ver na piscina me olhando com algum carinho que a gente tem. Fico segurando a sua lancheira para não perder tempo no nosso recreio. Mesmo sabendo que uma hora o sinal bate e você desaparece na esquina de novo. Amanhã não tem aula e eu não vou te ver, mas eu corro aí. No fim, eu sei que você sempre se lembra de mim quando dá o comercial entre as suas cenas. É por isso que eu nunca mudo o canal da TV. E nem tiro aquele anel que você colocou no meu dedo uma vez.

Alguém Chamado Saudade.


Deixei a tua mesa do jeito que você deixou. partidas só não me incomodam mais que caixas. acho que não suportaria tantas caixas na sala de uma vez. vai uma e eu fico, vão duas e eu vou junto. eu sou meio que a medida do que dói e do que fica. essa semi-dor é aquela coisa pequena que ninguém vê, mas que palpita primeiro e depois explode. explode quando toca o rádio e quando cai o sol. explode quando o filme é sutil demais e me deixa pensar por onde você anda e por que eu decidi trocar você de lugar. o nosso amor desandou na viagem da casa. e a gente se esquece disso quando bate a saudade.
Eu me lembro do bom e do resto. mas a saudade só se lembra do bom. saudade é fotografia viva na minha parede. não mancha nem com o vinho que eu atiro nas noites de loucura. não desbota nem com a fogueira que eu faço quando a loucura me domina. não se esquece nem quando a nota musical grita um lá… quando eu me lembro de você é sempre dó e o violão parece chorar comigo. mas eu entendo. no fundo todo mundo entende e não quer aceitar o clichê. é que não tinha mais como ficar aqui. melhor guardar essa saudade do que viver a falta todo dia. a nossa falta era diária e o diário foi ficando pesado.  e quando eu decidi rasgar as folhas dele, decidi mudar o meu modo de escrever sobre a gente. mudei a minha gramática e as minhas regras de escrita. abandonei as maiúsculas e as nossas reticências vazias de significado. mudei de lápis, te tirei da estante e fechei a porta. mas a tua mesa continua ali, do mesmo jeito. só que com saudade.
E você sente saudade? saudade de quê? ela tem um quê de mim ou esse meu sorriso meio esperançoso é coisa só minha ainda? ah…deixa pra lá. a gente sempre deixa. eu deixo o vinho na sua mesa quase toda noite. mas não quero que você volte. não…a gente tá melhor assim e você pode não saber. mas eu sei e gosto disso. gosto dessa saudade que virou meu norte. essa minha saudade que é diferente das outras e não se esconde. é saudade que sorri pros outros e sorri pra vida. é saudade boa que fere um pouco e retoma a noite. saudade de apego com um sentimento de nunca vou te abandonar. me conforta. me faz sentir como se eu tivesse escolhido o melhor de você e vivesse cada dia lembrando um pouquinho de como foi me apaixonar por esse seu lado B. é, moço… você foi e foi bom. foi bem. a nossa viagem de casa anda melhor assim porque antes nem andava.  e eu aproveito pra brindar com quem me entende e não faz falta. com quem me leva, me dá alento, me devolve o sono e me faz abraçar o travesseiro mais ternamente. e enquanto eu te falo sobre essas coisas, o vinil dança e dita o ritmo da minha companhia. veja bem, meu bem…arrumei alguém chamado saudade.

Daniel B.